A adolescência é um período de transição da infância para a idade adulta, onde ocorre significativas mudanças físicas e psicológicas.
Já a puberdade refere-se à maturação sexual e se sobrepõe ao final da infância e início da adolescência cobrindo um período de 4 anos no total.
Classificação da adolescência:
- ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente)
12 a 18 anos.
- OMS (Organização Mundial de Saúde)
Pré adolescência: 10 a 14 anos.
Adolescência: 15 a 19 anos.
Juventude: 15 a 24 anos.
A busca de si mesmo e da identidade
O adolescente é uma pessoa em “crise”, que está em busca de uma identidade, já que a identidade anterior (o de criança) foi perdida. Dentro de si habitam a criança perdida e o futuro adulto que se alternam entre si de forma inesperada, trazendo angústias, questionamentos, impulsividade e fortes emoções.
As necessidades de um adolescente não diferem muito das necessidades de uma criança: segurança, amor, atenção, limites e espaço para que suas fantasias possam ser exploradas. A diferença é que o adolescente precisa de um espaço que não seja restrito ao lar e à família, pois precisa descobrir novas formas de ser, de sentir, de se comportar e de se mostrar perante o mundo.
Nesta sua busca o adolescente poderá se sentir confuso, cheio de contradições consigo mesmo e com o mundo que o rodeia. Ele anseia por mais liberdade e mais espaço, mas, logo percebe que crescer também traz responsabilidades. Ele irá encontrar um caminho um tanto tortuoso pela frente, cheio de dúvidas e incertezas. Mudará de planos e opiniões constantemente e por causa disso, poderá pensar se está sendo sincero consigo mesmo. Portanto, vai demorar um tempo até que ele se encontre de fato.
Como os pais reagem a esta fase?
É nesta fase que o adolescente pode se afastar da família, porque sente a família e a escola como uma ameaça ao seu esforço para conseguir espaço e liberdade, e de ser reconhecido como jovem adulto.
É muito comum as discussões e reclamações. O adolescente pode trazer à tona mágoas antigas e sentimentos de injustiça que acha sofreu. Também podem ocorrer discussões intermináveis de cunho político e social, na maioria das vezes de forma arrogante e provocativa. Isto acontece porque o adolescente necessita desafiar as opiniões dos pais, por acharem o seu modo de vida ultrapassado e hipócrita.
É importante salientar que estas discussões, mesmo provocativas e até mesmo agressivas, podem representar no fundo, uma forma de envolver os pais e de manter um vínculo.
Para os pais estas críticas do filho adolescente podem ser muito duras e difíceis de suportar, mas, é importante entender que o adolescente no fundo quer que os pais sejam mais fortes, mais coerentes e corajosos.
Diante disso os pais podem ficar ressentidos, mas ajudaria muito se neste momento pudessem se lembrar da própria adolescência e de como também foi difícil. Este exercício pode ajudar os pais a ajudarem seu filho a superar seus medos e frustrações.
O adolescente se pergunta: “quem eu sou?”, “O que vou ser”,” Que lugar terei no mundo?”. Os pais fazem o mesmo questionamento e também se perguntam se estão sendo bons pais para seus filhos.
Afinal, seus filhos a todo momento desafiam sua autoridade, sua forma de pensar. Os pais querem protegê-los, porém, sem sufocá-los, mas, muitas vezes não sabem como fazê-lo. Como apoiá-los e ser receptivos em suas experiências e sentimentos?
É comum o adolescente trancar-se no quarto bagunçado durante horas, recusar-se a fazer as refeições em família, e quando o fazem mostram-se apáticos e distantes. Porém, é fundamental que os pais não desistam de manter a calma e a comunicação com seu filho, pois senão, correm o risco de abandonar e rejeitar o próprio filho.
É preciso coragem e calma para enfrentar esta fase. Conversar é fundamental, e permitir que ele possa expressar seus ponto de vista ainda mais. Esta atitude será entendida pelo adolescente como prova de amor e carinho, mesmo que ele não demonstre isso.
Por este motivo que ao falarmos sobre a adolescência, falamos em crise, não só a crise do adolescente, mas também dos pais.
Ao final todos estes conflitos, se superados, resultarão em maturidade e crescimento para todos!
Referências:
Bradley, Jonathan; A adolescência: compreendendo seu filho de 15 a 17 anos. Rio de janeiro: Imago Ed., 1995.
Hurlock, Elisabeth b.; Desenvolvimento do adolescente. Ed. Mcgraw-hill, 1979.
Wagner, Adriana; A família em cena: tramas, dramas e transformações. Petrópolis, RJ, Ed. Vozes, 2002.
Psicologa Magdail Brogna