Homens e mulheres apresentam uma sequência de manifestações fisiológicas decorrentes da estimulação sexual. Esta sequência está classificada em fases e foi se aperfeiçoando conforme os estudos nesta área avançaram.
Helen Singer Kaplan (1929- 1995)
Foi uma médica, psicanalista e sexóloga, pioneira no campo da terapia sexual e fundadora da primeira clínica americana para desordens sexuais em uma escola médica. Faleceu aos 66 anos, por câncer, em Manhattan.
Kaplan reconceituou o ciclo de resposta sexual de Masters e Johnson, incluindo uma primeira fase, correspondente ao desejo.
Ciclo de resposta sexual (1979):
1ª fase Desejo: Inclui as fantasias sexuais e o interesse em praticar sexo.
2ª fase Excitação: Caracterizada pelo prazer e pelas mudanças fisiológicas.
3ª fase Orgasmo: o clímax do prazer.
4ªfase Resolução: Distinguida pela sensação de bem estar geral, relaxamento e retorno às condições anteriores ao início da atividade sexual.
Este modelo linear é utilizado até hoje nas pesquisas científicas.
Rosemary Basson
Rosemary Basson é uma Psiquiatra especialista em saúde sexual da mulher, diretora do centro de medicina sexual do Vancouver General Hospital e responsável por diversos trabalhos científicos nesta área.
Ela propõem um modelo alternativo de resposta sexual feminino: o modelo circular. Neste modelo os estímulos emocionais e de relacionamento possuem um papel importante e o desejo sexual intrínseco desempenha um papel muito menor. Isto porque as mulheres apresentam desejo espontâneo apenas no início do relacionamento, quando a paixão está marcadamente presente.
Basson constatou que as mulheres apresentam várias motivações para iniciar contato sexual, que não o desejo: necessidade de afeto, proximidade, afeição. Portanto, ser receptiva/responsiva ao contato com o parceiro pode levar ao desejo sexual. As mulheres nem sempre precisam atingir o orgasmo para sentir-se satisfeita em uma relação sexual.
Ciclo de resposta sexual feminino (Basson 2000):
1ª Fase: Início da atividade sexual com motivação não necessariamente sexual, pode não haver consciência de desejo sexual.
2ª Fase: Receptividade ao estímulo sexual em contexto adequado, identificação da excitação sexual (excitação subjetiva e resposta física), levando a uma resposta biológica.
3ª Fase: Vivência da excitação subjetiva, que também pode desencadear a consciência de desejo sexual.
4ª Fase: Aumento na intensidade da excitação e do desejo responsivo, podendo ou não ocorrer o orgasmo.
5ª. Fase: Satisfação física e emocional, aumentando a receptividade para iniciar a atividade sexual na próxima vez, o que fecha, portanto, um modelo circular.
Se houver insatisfação física ou emocional, a motivação para ser ativa sexualmente no futuro reduz bastante. Observou-se que o desejo espontâneo, experimentado anteriormente ao início da estimulação, pode algumas vezes estar presente, desencadeando o ciclo da resposta sexual e substituindo as duas primeiras fases.
Um dos aspectos mais interessantes neste modelo de ciclo de resposta sexual é que exclui muitas mulheres da categoria de disfuncionais e que a ausência de desejo sexual espontâneo também não corresponde à uma disfunção.
Bibliografia:
Abdo, Carmita. Aspectos diagnósticos e terapêuticos das disfunções sexuais femininas. Revista de psiquiatria clínica, 2006.
Neto, Mário R. Louzã; Motta, Telma da; Wang, Yuan-Pang; Elkis, Hélio; Psiquiatria Básica. Porto alegre: Artes médicas, 1995.
Sadock, B. J.; Sadock, V. A. Manual de psiquiatria clínica: referência rápida: Kaplan & Sadock. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2012.
Psicóloga Magdail Brogna