A desorganização do pensamento (transtorno do pensamento formal) costuma ser percebido a partir do discurso do indivíduo. Ou seja, só é possível verificar essa desorganização de pensamento através da fala do paciente.
Este pode mudar de um tópico a outro (descarrilamento ou afrouxamento das associações).
As respostas às perguntas podem ter uma relação oblíqua, desviante ou não ter relação alguma (tangencialidade). O indivíduo começa a responder, mas logo se distancia da pergunta, mudando de assunto.
É mais raro, porém, pode acontecer do discurso estar tão gravemente desorganizado que é quase incompreensível, lembrando a afasia receptiva em sua desorganização linguística (incoerência ou “salada” de palavras). Daí a importância do acompanhamento medicamentoso e psicológico, pois ajuda o paciente a ter uma melhora e consequentemente menos “surtos” ao longo do convívio com a doença.
Uma vez que o discurso levemente desorganizado é mais comum e inespecífico (ou seja, aparece em vários quadros), o sintoma deve ser suficientemente grave a ponto de prejudicar de forma substancial a comunicação efetiva.
Desta forma, faz-se necessário avaliar o contexto cultural desta pessoa. Isto porque, a gravidade do prejuízo da comunicação pode ser de difícil avaliação quando a pessoa que faz o diagnóstico vem de um lugar onde o contexto linguístico é diferente daquele de quem está sendo avaliado.
Pode ocorrer desorganização menos grave do pensamento ou do discurso durante os períodos prodrômicos (anteriores à crise) ou residuais (posteriores à crise) da esquizofrenia.
Referência bibliográfica:
Manual Diagnóstico e estatístico de transtornos mentais- DSM 5. Associação americana de psiquiatria, 2013.