O ser humano está vivendo mais, isso é fato. Os avanços da medicina aliado às melhores condições de vida das pessoas proporcionaram isso. No entanto, junto com esses progressos, também vieram as doenças decorrentes do envelhecimento. Dentre essas doenças está a Doença de Alzheimer.
A doença de Alzheimer foi descoberta pelo psiquiatra Alemão Aloysius Alzheimer. É uma doença incurável e caracteriza-se por uma demência, ou perdas cognitivas, dentre elas, memória, orientação, atenção e linguagem. Isso acontece por causa da morte de células cerebrais de forma degenerativa e progressiva. A causa mais comum de demência é a doença de Alzheimer, que é a causa em 50% a 70% de pessoas com demência. Afeta 26 milhões de pessoas no mundo e a expectativa é de um aumento de 8,1 milhões, em 2040.
A evolução dos sintomas da Doença de Alzheimer divide-se em 3 fases: leve, moderada e grave.
Na fase leve os primeiros sintomas de quem é acometido por essa doença refere-se a uma dificuldade de memória recente e a alteração do comportamento, que inclui depressão, isolamento social ou irritação. Apresentam dificuldades em lembrar-se de compromissos, onde guardaram seus objetos, nomes de pessoas próximas, tendência a repetir as mesmas perguntas ou contar as mesmas histórias, problemas em controlar as próprias finanças e perda de interesse no lazer e passatempos. Essa fase costuma durar quatro anos.
Na fase moderada as deficiências de memória são mais acentuadas, bem como a desorientação no tempo e no espaço, o que torna difícil sua locomoção para fora de casa sem acompanhante. Também são comuns os delírios, alucinações e agressividade. Ocorre um aumento da dependência de outras pessoas (cuidador) para sua higiene pessoal e o reconhecimento de pessoas próximas e da própria família vai se perdendo progressivamente.
Na fase avançada ou grave, a dependência é total, apresentam mutismo e estão restritos ao leito. Ocorre evolução para perda das funções neurovegetativas básicas, e o risco de quedas e infecções são maiores.
Tratamento
A doença de Alzheimer requer tratamento farmacológico e não farmacológico. É preciso enfatizar que mesmo se a resposta ao medicamento for boa, não se deve esperar o desaparecimento dos sintomas. O prognóstico é de uma estabilização dos sintomas por períodos mais prolongados. Outras formas de tratamento englobam o treinamento cognitivo e exercício físicos.
Como prevenção desta doença é recomendável adotar a prática de exercícios físicos, ter atividades de lazer, fazer uma dieta equilibrada, aprender novas tarefas e manter a mente sempre ativa. Pessoas com atividade intelectual intensa estabelecem mais sinapses e, portanto, formam uma espécie de reserva.
Outra maneira de adiar a doença é poupar o cérebro de outros danos, mantendo a circulação cerebral na melhor condição possível controlando fatores de risco vascular como hipertensão arterial, diabetes, alterações do colesterol, bem como cuidar de doenças preexistentes como hipotireoidismo, depressão, abuso de álcool, déficits de vitamina B12.
Meu familiar tem Alzheimer. Também posso ter?
A maior parte das pessoas com doença de Alzheimer tem a forma esporádica da doença, que se inicia mais tarde (depois dos 65 anos) e na qual não existe um padrão muito claro de herança genética.
Já a forma familiar da doença de Alzheimer é muito mais rara, correspondendo a mais ou menos 8% dos casos. Esta forma é mais precoce, antes dos 65 anos, e tem um padrão genético claro, do tipo dominante.
O Cuidador
Pesquisas revelam que na maioria dos casos quem cuida do portador da doença de Alzheimer é a mulher. No entanto, diante das transformações históricas, a tendência é de que essa estatística mude.
Quanto maior o vinculo afetivo entre o cuidador e o paciente com a doença de Alzheimer, maior é o stress de quem cuida. Aliado a isso, o desconhecimento do cuidador sobre a evolução da doença, faz com que se sintam fracassados diante dos desafios que vão surgindo no dia-a-dia e podem desenvolver com o tempo depressão, ansiedade, irritabilidade, descontrole emocional. Sentem-se frustrados, muitas vezes julgados e solitários. A demanda de trabalho físico e emocional é enorme e comumente não encontra apoio na rede familiar e social.
Existem alguns programas de intervenção psicoeducacional que auxiliam na redução da sobrecarga física e emocional a que estão expostos os cuidadores.
Desta forma, é fundamental que o cuidador possa ter suporte psicológico para poder suportar a demanda e para que possa ter qualidade de vida.
Referências bibliográficas:
Bertolucci, P.H.F.; Manual do cuidador da doença de Alzheimer na fase leve, 2006.
Santiago, P.M.P.Z.; Rocha, J.M.N.; Barbosa, M.L.V.; Alzheimer e o impacto sobre o paciente e os familiares, Revista Psique ciência & vida n. 93, são Paulo, Ed. Escala 2014.
Site www.abraz.org.br, ABRAz Associação brasileira de Alzheimer.