Cocaína

Avaliação 0.00 (0 Votos)

A cocaína é uma droga estimulante do sistema nervoso central. Devido a sua própria natureza ilícita, não existe nenhum tipo de controle em relação à qualidade de sua preparação. Assim, são utilizados todo tipo de adulterantes, métodos de refino e alcalinização de origem duvidosa, elevando ainda mais os riscos para seus usuários.


Estas são algumas das formas de preparação da droga:


1. Folhas de coca: podem ser mascadas ou ingeridas na forma de chá.

2. Pasta de coca: composta por folhas de coca mais solventes orgânicos (querosene ou gasolina combinada ao ácido sulfúrico). Essa preparação pode ser misturada com tabaco e maconha, formando o “bazuco”.

3. Cloridrato de Cocaína: formado pela união da pasta de coca e o ácido clorídrico, transformando-se em um pó branco (forma de sal), inodoro, de sabor amargo. Pode ser aspirado ou dissolvido em água e ser usado via endovenosa. Não é estável ao calor e não pode ser fumada; para isso precisa retornar a forma de base, neutralizando-se o cloridrato ou a parte ácida. Nesse caso o produto resultante será o crack.

4. Crack: É formado pela reação do cloridrato de cocaína com uma solução aquosa de um álcali (amônia ou bicarbonato de sódio) aquecido. O crack é comercializado na forma de pedras porosas.

5. Merla: Semelhante à pasta de coca, porém o teor de solventes contaminantes é maior. Forma uma consistência pastosa, com odor forte e coloração entre amarelo e marrom.

6. Oxi: Mistura da pasta base de coca com querosene, gasolina, cal virgem ou solvente usado em construções. O nome “oxi” é devido ao processo de oxidação que acontece durante a fabricação dessa droga, podendo ser considerada a cocaína “enferrujada”. Possivelmente, trata-se de uma das mais potentes e perigosas drogas conhecidas. Devido ao baixo valor de venda tem se alastrado por comunidades extremamente humildes.


É importante ressaltar que todas as preparações à base de cocaína são frequentemente adulteradas com a finalidade de poupar o ingrediente principal, a cocaína, e aumentar o volume e o peso da droga a ser vendida.


Tal conduta dificulta definir a real composição da droga, o que pode levar a interações imprevisíveis e intensificar os efeitos tóxicos, arriscando ainda mais a vida do usuário.


Entre os adulterantes mais comuns estão anestésicos locais (lidocaína, benzocaína), açúcares (manitol, lactose, sacarose), estimulantes (cafeína, efedrina), toxinas (quinina, estricnina), e compostos inertes (inositol, amido, talco), bem como outras substâncias, por exemplo, farinha, cálcio, aspirina, gesso.


Referências:

ALVES, Bárbara E.P.; CARNEIRO, Emmanuel O. Drogas psicoestimulantes: uma abordagem toxicológica sobre cocaína e metanfetamina. Pontifícia Universidade Católica de Goiás/IFAR, PUC-GO.

FERIGOLO, Maristela; SIGNOR, Luciana. Cocaína, Centro de Assistência Toxicológica CEATOX, Unesp 2007.