Os fatores de risco para que uma pessoa possa se envolver no abuso de drogas são:
BIOLÓGICOS:
Predisposição genética;
Capacidade do cérebro de tolerar presença constante da substância;
Capacidade do corpo em metabolizar a substância;
Natureza farmacológica das substâncias, tais como potencial de toxidade e dependência. Ambas influenciadas pela via de administração escolhida.
PSICOLÓGICOS:
Distúrbios do desenvolvimento;
Morbidades psiquiátricas: ansiedade, depressão, déficit de atenção e hiperatividade, transtorno de personalidade;
Problemas relacionados a alterações de comportamentos;
Baixa capacidade de adaptação e limitado repertório de habilidades sociais;
Expectativas positivas quanto aos efeitos das substâncias de abuso.
SOCIAIS
Estrutura familiar disfuncional: violência doméstica, abandono, carências básicas;
Exclusão e violência social;
Baixa escolaridade;
Oportunidades e opções de lazer precárias;
Pressão do grupo para o consumo da droga;
Ambiente permissivo ou estimulador do consumo de substâncias.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), são considerados como mais PROPENSOS ao uso de drogas aqueles indivíduos que:
Não possuem uma informação adequada sobre os efeitos da droga;
Apresentam uma saúde deficiente;
Estão insatisfeitos com sua qualidade de vida;
Demonstram uma personalidade deficientemente integrada;
Possuem acesso fácil às drogas.
Os FATORES DE PROTEÇÃO que são fundamentais ao desenvolvimento pessoal são:
Características de personalidade, como por exemplo: autonomia, autoestima e orientação social positiva, quando a pessoa se vê de forma positiva na interação com outras pessoas;
Laços afetivos dentro da família, como por exemplo: coesão familiar e ausência de conflitos, possibilitando suporte emocional;
Disponibilidade de sistemas externos de apoio que encorajem e reforcem a capacidade da pessoa para lidar com as circunstâncias da vida.
Possuem MENOR probabilidade de usar drogas as pessoas que apresentarem:
Boa informação sobre as drogas;
Boa saúde;
Qualidade de vida satisfatória;
Boa integração na família e na sociedade;
Difícil acesso à drogas.
Portanto, proteção e vulnerabilidade não residem na variável em si, mas na interação de todas as variáveis que compõem os processos de desenvolvimento do indivíduo.
Referências:
GALDURÓZ, J.C.F; NOTO, A.R.; FONSECA, A.M.; CARLINI, E.A. V Levantamento Nacional Sobre o Consumo de Drogas Psicotrópicas Entre Estudantes do Ensimo Fundamental e Médio da Rede Pública de Ensino nas 27 Capitais Brasileiras. - 2004. São Paulo: Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas, Departamento de Psicobiologia, Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo, 2004.
MARQUEZ, L.E., CERQUEIRA- SANTOS, E., & DELL’AGLIO, D.D. Jovens em situação de vulnerabilidade social: a rede de apoio e o uso de drogas, Casa do psicólogo -São Paulo,2011.