Medos e Fobias

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Medos


Quem nunca sentiu medo? É evidente que não gostamos de senti-lo, mas, é impossível ao ser humano escapar deste sentimento. Sentimos medo o tempo todo, das formas mais variadas, desde os mais simples e rotineiro, até o mais complexo e elaborado.


Em nosso cotidiano sentimos medo de não acordar, de não ter trabalho, de ter trabalho em excesso, de chegar atrasado, de ser assaltado, de ser alvo de bala perdida, medo da multidão, de ser abandonado, da solidão, de não ter tempo para si mesmo, de não ter tempo para família, de fracassar, de ter muito sucesso, de receber uma ofensa, de ser impelido a ofender alguém, de não ser assertivo, de não ter tempo para se alimentar, de se alimentar demais, de não saber dizer “não”, de não saber dizer “sim”, medo de viver, medo de morrer, de envelhecer, de não envelhecer, medo de sentir medo... A lista é enorme! Portanto, o medo é um sentimento comum e normal ao ser humano e tem como finalidade nos proteger de situações de perigo à nossa existência. Não sentir medo de nada é colocar-se em situação de risco.


Muitas vezes nossos medos manifestam-se de uma forma que não é possível identificar racionalmente sua origem, sua motivação, ou, em outros momentos demostram uma intensidade desproporcional, o que gera grande perplexidade e conflito. Mas, o fato é que todo medo remete a uma angústia. Isto porque, está relacionado à um sentimento de desamparo que acompanha o ser humano desde o seu nascimento até o seu amadurecimento.


O excesso de medo pode ser paralisante e trazer muitos transtornos e sofrimento.  Temos muita dificuldade em lidar com isso, principalmente quando tentamos minimiza-los e até negá-los.


Fobias


Quando um medo torna-se persistente, irracional e não oferece um perigo real, mas provoca na pessoa uma reação incontrolável de esquiva e evitamento consciente de objetos, de animais, de situações ou de determinadas atividades, estamos diante de uma fobia.


A fobia provoca um aumento da ansiedade a um nível que incapacita a pessoa de exercer suas atividades rotineiras, uma vez que implica em uma série de sintomas emocionais e físicos desagradáveis, tais como: sudorese, falta de ar, formigamento, ondas de calor e frio, apreensão, inquietação, com alterações motoras e cognitivas, podendo levar inclusive a um ataque de pânico.


As fobias são classificadas em:




Agorafobia


 A pessoa apresenta medo de sair ou ficar sozinha em casa, entrar em supermercados, lojas, lugares públicos, espaços abertos ou fechados, andar em transportes públicos, etc. Em casos mais graves a pessoa fica incapacitada de sair de casa, e quando consegue sair, o faz sempre acompanhada de uma pessoa de sua inteira confiança, o que gera grande dependência, comprometendo sua vida pessoal e familiar.




Fobia social


Caracteriza-se por um medo excessivo em que a pessoa evita ser observada e avaliada pelos outros, de ser humilhada ou de se comportar de modo vexatório ou embaraçoso. As situações mais comuns são falar em público, escrever, ler ou assinar o nome, comer, tremer, suar, etc.




Fobia específica 


São fobias restritas a objetos ou situações bem específicas, como medo de animais e insetos, altura, escuridão, trovão, andar de avião, espaços fechados, certos alimentos, visão de sangue, etc.


Tratamento


Medos, ansiedades e angústias são sentimentos muito próximos e determinam a existência de uma situação traumática para a pessoa, devido à experiência de desamparo que todos nós experimentamos ao nascer, e que retorna reeditado em nosso percurso pela vida até o amadurecimento. A ansiedade surge como sinal de perigo que guarda semelhança com a situação traumática inicial, de quando nascemos.


O primeiro passo para buscar um entendimento dos medos e fobias é reconhecê-los, pois, ao negar sua existência não podemos enfrentá-los. Uma vez reconhecido o problema, o próximo passo é investigar suas origens, as motivações inconscientes que estão por detrás das manifestações e avaliar suas implicações. É também importante perceber que em algumas situações temos que aprender a conviver com determinados medos (como a morte, por exemplo), mas, que em outros momentos também podemos enfrenta-los ao entender seu funcionamento; e é através do processo terapêutico que podemos desvendá-los e tratá-los.