Sexualidade

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Apesar de chegarmos ao século XXI, o tema sexualidade ainda desperta nas pessoas certos constrangimentos, tabus e preconceitos. No entanto, isso não diminui sua importância na vida de qualquer pessoa. Quem nunca ouviu a frase “Sexo é vida”?


Freud foi o primeiro a apontar a sexualidade como responsável pelo origem das neuroses e causou polêmica com seu livro “Três ensaios sobre a teoria da sexualidade” (1905). De lá para cá muita coisa mudou em nossa cultura, porém, a obra de Freud ainda desperta fortes resistências e falar sobre sexo continua sendo um assunto delicado.


De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), existem quatro pilares da qualidade de vida do ser humano:


1- Trabalho (trabalhar no que gosta);
2- Vida familiar (convivência saudável);
3- Lazer (que a pessoa escolhe e consegue usufruir);
4- Sexo (vida sexual satisfatória).


Portanto, o sexo tem papel fundamental na vida do ser humano e complicações nesta área podem levar a um sofrimento emocional e interferir na qualidade de vida.


Saúde sexual


A saúde sexual é um estado de bem estar físico, emocional, mental e social relacionado à sexualidade. Não é meramente a ausência da doença, disfunção ou enfermidade, mas é influenciada por aspetos relacionados ao comportamento sexual, atitudes e fatores sociais.


A motivação para fazer sexo são variadas:

1. Fins reprodutivos, o desejo de ser pai ou ser mãe;

2. Desenvolver uma identidade sexual, autoafirmação de ser homem ou mulher;

3. Prazer sexual, desejo de excitação, relaxamento e sentir-se desejável;

4. Relacionamento, necessidade de ser íntimo de alguém e sentir que pertence a outra pessoa;


Sexo dos brasileiros


Existem alguns mitos sobre o assunto, pois os brasileiros acreditam que falam com naturalidade sobre sexo, porém, apresentam as mesmas dificuldades sexuais de outras sociedades. Não estamos isentos de preconceitos, assim como temos dificuldades em diferenciar o que é natural e o que é uma disfunção sexual.


Outro mito diz respeito ao fato de que as brasileiras são sensuais, bonitas, bem resolvidas e interessadas em sexo. Este rótulo corresponde apenas a uma parcela das mulheres e não representa sua totalidade. De acordo com pesquisas recentes, cerca de 7% a 8% das mulheres não pensam em sexo e não se importam com isso. Assim, não podemos generalizar.




Educação Sexual


A iniciação sexual vem ocorrendo cada vez mais cedo no Brasil, por volta dos 15 anos. A falta de informação adequada ainda expõe esses jovens à gravidez indesejada e as doenças sexualmente transmissíveis, entre outras consequências negativas.


O ideal é que a educação sexual seja feita na família. A maioria dos pais concordam com essa afirmativa, mas não se sentem confortáveis ou devidamente esclarecidos para assumir essa tarefa, e acabam delegando para a escola.


A dificuldade dos pais em falar sobre sexo com seus filhos são alimentadas por alguns mitos.


Muitos acreditam que falar sobre sexo vai despertar curiosidade e levar esses adolescentes a praticar sexo precocemente. Isto não é verdade. Adolescentes bem informados em casa, onde existe abertura para falar sobre sexo e tirar dúvidas, tornam-se mais seguros e têm sua primeira experiência sexual quando sentirem-se de fato preparados para isso.


Outra questão refere-se as dificuldades sexuais dos próprios pais. Como orientar um adolescente sobre sexo, se os mesmos possuem dúvidas também. Muitos pais vêm de uma educação rígida, numa época que o sexo era ainda mais reprimido do que é hoje.


Quando as dúvidas e os conflitos internos em relação à sexualidade são esclarecidos proporcionam uma sensação de conforto e bem estar. Ter uma sexualidade bem resolvida está diretamente relacionada com a compreensão e aceitação da própria sexualidade, que envolve a capacidade de sentir-se bem com seus desejos e sensações.


Referências:

Abdo, Carmita H. N.; Sexualidade Humana e seus transtornos. São Paulo: Editora Lemos, 2000.

Freud, Sigmund (1905); Três ensaios sobre a sexualidade. Edição Standard Brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud.  Rio de Janeiro: Imago, 1996, Vol. VII.

Revista Psique. Edição 94, 2013.